Prefeitura de Rio Branco busca modelo de Santa Catarina para dar destino ecológico ao lixo

Prefeitura em parceria com consórcio de Santa Catarina vai permitir transformar lixo em produtos sustentáveis, gerar energia limpa e reduzir o descarte em aterros sanitários

A Prefeitura de Rio Branco deu um passo importante rumo a um novo modelo de gestão de resíduos sólidos. Nesta quinta-feira (30), o prefeito Tião Bocalom recebeu o coordenador executivo do Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí (CIMVI), Fernando Tomaselli, de Santa Catarina. A visita marca o início de uma parceria que promete transformar o lixo da capital acreana em produtos úteis e sustentáveis.

O convênio firmado com o CIMVI permitirá que Rio Branco adote tecnologias já aplicadas com sucesso em Santa Catarina — referência nacional em gestão ecológica de resíduos. A proposta é transformar o lixo em materiais reaproveitáveis, como tijolos, bancos e estacas ecológicas, reduzindo o volume de descarte em aterros sanitários e gerando oportunidades econômicas.

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“Nós criamos um consórcio para discutir soluções para a destinação final do lixo e encontramos uma alternativa que gera renda e sustentabilidade”, afirmou o prefeito. (Foto: Val Fernandes/Secom)

O prefeito Tião Bocalom destacou a relevância da parceria e o impacto positivo que o novo modelo trará para o meio ambiente e para a economia local.

“Nós criamos um consórcio para discutir soluções para a destinação final do lixo e encontramos uma alternativa que gera renda e sustentabilidade. Esses tijolinhos e até o banco em que estamos sentados foram feitos 100% de lixo. Essa é a verdadeira proposta de desenvolvimento sustentável”, afirmou o prefeito.

De acordo com Fernando Tomaselli, o trabalho está sendo desenvolvido de forma técnica e estratégica, com apoio do Senai. A análise dos resíduos da cidade revelou que cerca de 50% do lixo é composto por matéria orgânica, que pode ser transformada em energia e biometano por meio da biodigestão, abastecendo inclusive veículos municipais.

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“O trabalho está sendo desenvolvido de forma técnica e estratégica, com apoio do Senai”, disse Tomaselli. (Foto: Val Fernandes/Secom)

“Também há a possibilidade de compostagem para uso na jardinagem pública. A parte reciclável representa 25% e pode fortalecer cooperativas locais. Enquanto a média nacional de recuperação é de 4%, o modelo do CIMVI já alcança 28%, com potencial para crescer ainda mais”, explicou Tomaselli.

O prefeito destacou que a tecnologia poderá ser aplicada também na zona rural, com a fabricação de estacas feitas de lixo reaproveitado, que têm durabilidade superior à da madeira comum.

“Essas estacas podem durar até 50 anos. É uma alternativa que traz ganhos ambientais e econômicos. Em vez de lixo, teremos um material resistente e ecológico para uso nas propriedades rurais”, ressaltou Bocalom.

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“O banco em que estamos sentados foi feito 100% de lixo. Essa é a verdadeira proposta de desenvolvimento sustentável”, explicou o prefeito. (Foto: Val Fernandes/Secom)

Para Tomaselli, a iniciativa de Rio Branco representa um marco no avanço da gestão de resíduos no país. “É transformar o que antes era um passivo — que gerava custos — em um ativo com valor agregado. O primeiro passo está sendo dado aqui em Rio Branco, e parabenizamos o prefeito pela visão e iniciativa”, concluiu.

 

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