Ação da Prefeitura de Rio Branco amplia o acesso à saúde reprodutiva e garante mais autonomia e dignidade às mulheres no sistema prisional
O acesso à saúde reprodutiva ganhou reforço no Presídio Feminino de Rio Branco, nesta terça-feira (23), com a oferta do Implanon, método contraceptivo de longa duração, para mulheres privadas de liberdade e servidoras da unidade. A ação garantiu mais autonomia, cuidado e dignidade às mulheres atendidas, além de contribuir para a prevenção de gestações não planejadas no ambiente prisional.
A iniciativa foi realizada pela Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen/AC). Ao todo, foram inseridos 58 implantes contraceptivos, sendo 43 destinados a mulheres em privação de liberdade e 16 a servidoras do sistema penitenciário.
Ação integra as estratégias da política municipal de saúde da mulher e tem como foco ampliar o acesso aos direitos sexuais e reprodutivos, especialmente para mulheres em situação de maior vulnerabilidade social. (Foto: Secom)
A ação integra as estratégias da política municipal de saúde da mulher e tem como foco ampliar o acesso aos direitos sexuais e reprodutivos, especialmente para mulheres em situação de maior vulnerabilidade social. Além de prevenir a gravidez não planejada, o Implanon também contribui para a redução de cólicas menstruais e do fluxo menstrual, proporcionando mais qualidade de vida.
Outro ponto importante da iniciativa é a prevenção de gestações dentro do sistema prisional, considerando os desafios estruturais das unidades e as dificuldades relacionadas ao acompanhamento pré-natal, além do desconforto físico e emocional enfrentado por mulheres grávidas nesse contexto.
A chefe da Divisão de Saúde da Mulher da Semsa, Sulamita Guedes, destacou que o planejamento segue uma diretriz clara de priorização dos públicos mais vulneráveis. (Foto: Secom)
Durante a ação, a chefe da Divisão de Saúde da Mulher da Semsa, Sulamita Guedes, destacou que o planejamento segue uma diretriz clara de priorização dos públicos mais vulneráveis.
“Nós temos planejado ações para alcançar mulheres em situação de vulnerabilidade. Foi assim com as mulheres em situação de rua, com as mulheres indígenas em contexto urbano e, agora, com as mulheres privadas de liberdade. A Prefeitura de Rio Branco, por recomendação do prefeito Tião Bocalom, tem priorizado a inserção do Implanon nesses públicos. Essa é uma política do Ministério da Saúde e também da nossa política local de saúde da mulher”, explicou.
Além de prevenir a gravidez não planejada, o Implanon também contribui para a redução de cólicas menstruais e do fluxo menstrual, proporcionando mais qualidade de vida. (Foto: Secom)
Sulamita reforçou ainda que a ação terá continuidade. “Hoje temos cerca de 60 implantes disponíveis e a expectativa é dar seguimento a esse trabalho. À medida que outras mulheres manifestarem interesse e escolherem esse método contraceptivo, a Prefeitura continuará ofertando o serviço”, completou.
Para a diretora do Estabelecimento Penal Feminino de Rio Branco, Jamília Silva, a iniciativa representa um avanço importante tanto para as mulheres privadas de liberdade, quanto para as servidoras da unidade. Segundo ela, a ação contribui diretamente para a prevenção de gestações indesejadas dentro do presídio.
Para a diretora do Estabelecimento Penal Feminino de Rio Branco, Jamília Silva, a iniciativa representa um avanço importante tanto para as mulheres privadas de liberdade, quanto para as servidoras da unidade (Foto: Secom)
“Uma gravidez no cárcere gera uma série de dificuldades, inclusive para o bebê. Temos limitações que tornam esse processo ainda mais delicado. Essa ação chega em um momento oportuno, e só temos a agradecer e parabenizar a Prefeitura de Rio Branco por essa iniciativa, desejando que mais ações como essa sejam realizadas”, pontuou a gestora.
Entre as mulheres atendidas, a ação foi recebida com gratidão. A apenada A.L., de 44 anos, mãe de seis filhos, destacou a importância do acesso ao método contraceptivo dentro da unidade prisional.
“Foi muito importante para mim, porque eu já estava preocupada em como evitar mais um filho. Já tenho seis, estou reclusa e, nessa idade, não dá para usar anticoncepcional oral o tempo todo. Além de prevenir a gravidez, ele diminui a cólica e o fluxo, o que facilita muito para a gente aqui dentro. Em nome de todas, eu agradeço por terem lembrado da gente. É um privilégio receber esse cuidado”, relatou a apenada.