Mulheres vivas: Feminicídio é evitável, foi o tema do livro lançado no auditório do Ministério Público do Acre. O livro que está na segunda edição, mostra um estudo da violência letal contra mulheres por serem mulheres no Acre. A pesquisa foi feita de 2018 a 2022. A obra é de autoria da escritora Beth Oliveira. A autora lembra como surgiu a expressão e a força da palavra feminicídio.
“Na verdade a primeira denominação foi feminicídio, para demonstrar que mulheres são meninas que morrem com características bastante similares. Já posteriormente, anos depois, novas teorias com padrões similares, voltaram a surgir agora no contexto mais político, onde se questionou a responsabilidade do estado na segurança e na proteção dessas mulheres. Então, ela tem um viés duplo, mas sobretudo político.”
A autora falou ainda dos desafios da pesquisa no contexto social acreano.
“Em 2020, nós percebemos que precisávamos fazer um estudo mais acurado e aí a gente começou a estudar as características do nosso feminicídio, em que pese ser uma característica muito similar, mas na região da Amazônia, tem diferenciação, por exemplo, o instrumento utilizado para o crime contra mulheres aqui no Acre é a arma branca, diferentemente do Brasil que é arma de fogo.”
O livro foi lançado apenas na plataforma digital e pode ser baixado pelo site do Ministério Público do Acre. A procuradora de Justiça, Patrícia Rego, informou que a obra ajuda a provocar o debate sobre a temática e disperta na sociedade acreana o enfrentamento da causa.
“A gente espera que essa segunda edição, também se preste a esse papel, de discutir e dar dignidade, de jogar holofotes, para que a gente possa não só discutir a temática, mas refletir e mudar essa nossa cultura, é uma cultura machista, é uma cultura patriarcal, racista, que fomenta toda a violência de gênero.”
A diretora de Direitos Humanos de Rio Branco, Rila Freze, esteve no evento representando o prefeito Tião Bocalom. A coordenadora lembrou com muita emoção do passado em que ela viveu nesse cenário.
Ela falou também das ações do município quanto ao enfrentamento do feminicídio na capital acreana, por meio de políticas públicas municipais na atual gestão.
“Trabalhamos com mulheres, com atendimento no Centro de Referência a mulher vítima de violência ali na Casa Rosa Mulher. Lá nós temos os atendimentos psicológicos, atendimento social e orientação jurídica para que a gente possa estar acompanhando essas mulheres. Também trabalhamos o fortalecimento dela, para que ela possa vencer esse fluxo de violência desse ciclo de violência, empoderando por meio de capacitação de curso inserindo ela no mercado de trabalho.”