A Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis e Reutilizáveis do Acre (Catar) é uma iniciativa de um grupo de cooperados que promove a sustentabilidade ambiental e gera oportunidades econômicas para a comunidade por meio da coleta seletiva de materiais recicláveis, o que além de contribuir para a preservação do meio ambiente, cria empregos e gera renda para os cooperados. E a Prefeitura de Rio Branco tem somado força com a Catar por meio da coleta seletiva, realizada pela Secertaria Municipal de Cuidados com a Cidade (SMCCI).

“A Catar tem mais de 20 anos e foi na nossa gestão que a gente deu vida para eles, ou seja, eles tiraram documentos, passaram a existir de fato e de direito. Foi quando a nossa Secretaria de Cuidados com a Cidade deu todo o suporte para que eles pudessem documentar a empresa, porque na realidade isso aqui é uma empresa, uma cooperativa empresarial”, explicou o prefeito de Rio Branco.
Boa parte dos produtos recicláveis que saem da Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos (Utre), de responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia) também é direcionada para eles. Na manhã dessa terça-feira (16) o prefeito levou alguns materiais que ele separa em sua casa, para a Catar.

“Um exemplo para a gente. O prefeito trouxe da sua residência, a coleta seletiva que faz em casa, assim como fazemos na Utre. Tudo aquilo que não é aqui feito pela coleta seletiva, que passa despercebido pelos catadores, chega na Utre e temos uma pessoa que faz essa separação de garrafa pet, o papelão e estamos trazendo para cá, essa coleta seletiva. A cadeia produtiva, ela não acaba só aqui na cidade, ela acaba quando ela chega lá na Utre”, informou o secretário da Semeia, em exercício, Emerson Leão.
O projeto conta hoje com pouco mais de 20 cooperados que trabalham na coleta diária que é de muito trabalho. As mulheress fazem a limpeza dos plásticos, como explica a cooperada Maria Antônia.
“A gente tira todos os plásticos. Deixa tudo limpo para poder vender. Depois que a gente ajeita tudo, deixa tudo prontinho, vem o empresário, pega e leva.”

De acordo com o presidente da Catar, Pedro Moraes, o grande sonho é fazer a logística reversa, ou seja, mandar todo esse material de volta para a indústria que fabricou, agregando valor e fortalecendo ainda mais os cooperados.
“Esse é um sonho que a gente tem hoje aqui, de poder mandar o material diretamente para a indústria, porque hoje a gente sofre muito na mão do atravessador que, se fizermos os cálculos, ganha mais que nós. Hoje, por exemplo, ele chegou, fez a travessia, pegou o material, deu 22 mil, foi tirar 2 mil do frete, deu 4 mil, 4.500 para nós aqui e o resto é engolido.”
Com o apoio direto da prefeitura na entrega da matéria prima, espera-se o crescimento da cadeia produtiva gerando mais oportunidades.

“A gente está vendo aqui um avanço bastante grande, e nessa visita agora deu também para sentir que eles precisam verticalizar o trabalho deles, porque não adianta mandar o papelão como ele está hoje aqui, se ele pode sair daqui picado e entregar diretamente para uma indústria de celulose. Então é isso que a gente está pensando”, enfatizou o prefeito.
“Hoje a cooperativa está com problema de espaço porque já tem muita matéria-prima e agora nós estamos ajudando no fortalecimento dessa cadeia onde queremos chegar na indústria, direto daqui. Então tem muita coisa que vai crescer ainda e nós estamos ajudando nesse desenvolvimento”, disse Wellington Charles, secretário municipal de Cuidados com a Cidade.