Nessa quarta-feira (25) a Prefeitura de Rio Branco realizou mais entregas de móveis e eletrodomésticos para as famílias que foram atingidas pelas cheias e enxurradas dos rios e igarapés da cidade, dando continuidade às cadastradas pelo Centro de Referência em Assistência Social (Cras) Rui Lino.
Dessa vez, a ação ocorreu no Bairro Hélio Melo, mais conhecido como Sapolândia, onde quase 100% das famílias foram afetadas, segundo mapeamento da Defesa Civil Municipal.
Com o Programa Recomeço para Famílias 2023, o objetivo da gestão municipal é levar dignidade para quem perdeu o que tinha durante a alagação. Estão sendo entregues de casa em casa, nos bairros atingidos, mais de 17 mil produtos entre geladeiras, tanquinhos de lavar roupa, cama box de casal, cama de solteiro com colchão e travesseiro, guarda-roupa, ventiladores entre outros.
Para realizar a ação, foi estruturada uma força integrada envolvendo as equipes de várias secretarias municipais, desde a de Meio Ambiente (Semeia), Cuidados com a Cidade (SMCCI), Planejamento (Seplan), Infraestrutura (Seinfra), Gabinete Civil e Militar, sob a coordenação da Secretaria de Assistência Social (Sasdh) e Defesa Civil Municipal.
Foi montada pela Prefeitura de Rio Branco uma verdadeira operação de guerra, só que agora é a guerra do bem porque ao invés de retirar os móveis e socorrer as famílias no dia fatídico das enchentes, as equipes estão nos bairros para levar os móveis novos e os utensílios do programa.
Os caminhões não param de chegar e os itens que cada família recebe varia de acordo com a demanda apresentada durante o mapeamento e são cuidadosamente conferidos e entregues mediante assinatura de termo de responsabilidade.
Todas as famílias contempladas obedecem critérios para poderem receber os itens que a prefeitura está entregando. Pelo menos 4 mil serão beneficiadas. São pessoas que, além de terem comprovadamente sido atingidas pelas águas das cheias, perderam tudo ou quase tudo e obedecem a critérios das políticas nacionais de assistência social.
Segundo explicou Cleiciane Freitas, do Cras Rui Lino, as famílias contempladas foram devidamente mapeadas.
“As equipes da prefeitura ficaram mais de uma semana visitando casa por casa, família por família, fazendo um levantamento das suas perdas”, informou.
A Sidinéia Cândido é uma das beneficiadas. “Aqui alagou tudo, encheu tudo. Não sobrou nada. Só minha família, graças a Deus. De dentro da minha casa eu não recuperei nada, nada. Agora sim, a gente pode recomeçar porque tem uma geladeira nova, fora os outros itens que ainda vão chegar, mas graças a Deus, obrigada a todos.”
Na casa da dona Eliane Marcelino, por exemplo, o dia foi de emoção ao receber os benefícios. Para ela, que perdeu quase tudo, a ajuda da prefeitura não poderia chegar em melhor hora.
“Muita alegria porque a gente nunca tinha recebido essas coisas. Eu perdi todas minhas coisas e agora estou recebendo é muita alegria. Eu agradeço mesmo de coração”, disse.
O caso do Marcelo não é diferente. Ele conta que também foi pego de surpresa no dia da alagação e ainda não tinha conseguido repor o que perdeu. Ao receber os novos móveis junto com a filha, Ana Alice, a satisfação dos dois era visível.
“Agora eu vou ter uma cama para colocar no meu quarto. Eu vou ter uma e o meu irmão vai ter outra. A gente perdeu as coisas e agora a gente vai ter de novo”, disse a menina.
Para Emelice Vasconcelos, o programa representa mesmo um recomeço.
“Eu perdi tudo. Só consegui salvar minha vida e minha cachorra. Essa ajuda foi tremenda. É um recomeço muito grande mesmo. Tenho que agradecer muito a Deus e ao nosso prefeito”.
Não menos grave é a situação de vulnerabilidade da Pauliana Batista. A casa onde mora com a família fica bem à margem do igarapé, da janela dá pra ver o São Francisco e no dia da cheia ela conta que não sobrou nada.
“Eu estava precisando. Esses tempos eu estava bebendo água quente porque a geladeira não estava prestando. Eu fiquei tão feliz no dia que eu recebi a notícia que eu ia ganhar minhas coisas, tudinho de volta.”
Emocionada estava também a dona Maria Rosilda. Ela conta que foi com surpresa que ficou sabendo que a prefeitura iria fazer a reposição do que ela perdeu.
“No dia da alagação eu perdi tudo. Nós não tiramos nada, ficamos sem nenhuma roupa para vestir. Nós dormimos no chão. E essas coisas chegando hoje, chegou a tempo e graças a Deus eu estou feliz e muito feliz.”
Para pessoas como a dona Maria, a dona Sidinéia, a Pauliana, a Emelice, o seu Francisco, o Marcelo, a dona Eliane e tantas outras que viram anos de história, de vida e de trabalho serem tragados pelas águas da alagação, receber essa ajuda da prefeitura, pode parecer pouco para quem não precisa, mas para eles é suficiente para um recomeço.