A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH), junto a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), realiza uma verdadeira força tarefa para prestar toda a assistência necessária aos abrigos que estão sendo organizados em escolas municipais e estaduais, a fim de atender as pessoas atingidas pela enchente que transbordou igarapés, córregos e também o Rio Acre.
De acordo com o secretário em exercício da SASDH, Francisco Bezerra, a Prefeitura de Rio Branco já disponibilizou mais de 16 abrigos localizados nos trechos mais críticos. Ele enfatizou que o momento pede cautela e solidariedade.
“Isso é um fenômeno fora do comum, o rio subiu 6 metros em 24h, está chovendo em Assis Brasil e nos demais municípios, os igarapés ao invés de terem vazado ainda estão alagados e o rio também, a situação é preocupante. Nós apelamos para todos os que puderem ajudar de alguma maneira, nos ajude, esse é o momento da solidariedade, há uma necessidade deste sentimento no momento”, disse.
No bairro 6 de agosto, o ponto de referência foi a escola estadual Roberto Sanches Mubárac, escolhida para receber exclusivamente povos indígenas afetados, mas devido à condição do bairro, cedeu espaço para mais algumas famílias. No total, são mais de 50 pessoas abrigadas que estão recebendo toda assistência por meio da SASDH e a Semsa.
“A SASDH está dando esse apoio aos desabrigados que foram pegos de surpresa com essa enchente, estamos orientando com alimentação, lavagem de roupa, banho e algo mais que precise, porque muitos estão nervosos, preocupados porque deixaram suas casas e alguns perderam quase tudo, o momento é difícil porque ninguém esperava por isso”, declarou a agente social, Maria Regina.
“Nós da Urap Ary Rodrigues estamos fazendo um levantamento de quantas pessoas tem aqui, quantas recebem o benefício do Auxílio Brasil, quantitativo de pessoas com necessidades especiais, crianças, idosos e gestantes para que dentro desse levantamento nós possamos trazer além do atendimento médico, enfermagem, exames laboratoriais, buscaremos levar os serviços de saúde no geral para podermos ofertar minimamente dentro da necessidade do que eles estão precisando neste momento”, explicou a coordenadora da Urap, Degeane Batista.
Segundo o relato de alguns desabrigados, a água do Rio Acre subiu muito rápido durante a madrugada atingindo os bairros 6 de agosto e Base, por isso, muitos não conseguiram retirar todos seus pertences a tempo.
“A água estava longe e após acordarmos de um cochilo ficamos apavorados porque a água já estava entrando em casa. Foi muito difícil porque tem a cadeirante e a priorizamos já que ela não tem como se locomover”, disse Francisco Pereira Lopes.
“Foi muito rápido, está subindo muito rápido, hoje já está na janela da minha casa. Não consegui tirar painel, guarda-roupa, armário, está tudo dentro de casa. Conseguimos tirar algumas coisas, então o caminhão da prefeitura chegou por volta das 2h da manhã, trouxe a primeira mudança e depois a minha. Finalizamos tudo às 3h30 da manhã, tomei banho e dormi. Hoje, fomos lá e a água já está chegando perto do telhado da minha casa”, desabafou a dona de casa Vanessa Rodrigues.
O tenente-coronel da Defesa Civil, Sandro Cassiano, aproveitou para deixar uma orientação aos usuários que estão nos bairros afetados e necessitem de um socorro.
“A orientação é que o pessoal entre em contato com o 193… porque através disso controlamos aqui na sala de situação e vemos onde estamos atuando. A pessoa liga, atendemos a ocorrência, anotamos o endereço e então direcionamos a equipe para o local”, explicou.