O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, participou na tarde desta quinta-feira, 16, na sede da Associação dos Municípios do Acre (Amac), de uma palestra sobre o projeto da Zona de Desenvolvimento Sustentável dos Estados do Amazonas, Acre e Rondônia (AMACRO), proferida pelo pesquisador Paulo Wadt, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) de Rondônia.
Conciliar sustentabilidade e desenvolvimento da Amazônia é um dos maiores desafios do Brasil na atualidade, porque significa aliar a necessidade de proteger a floresta ao direito dos habitantes da região às mesmas oportunidades de inclusão social e cidadania que o restante do país, tais como infraestrutura urbana, mobilidade, saúde, educação e desenvolvimento econômico.
Essa é proposta do Projeto AMACRO, que visa promover a sustentabilidade ambiental por meio do desenvolvimento socioeconômico de uma área que abrange cerca de 32 municípios espalhados no sul do Amazonas, leste do Acre e noroeste de Rondônia, englobando um total de 465,8 mil km² e população estimada em aproximadamente 1,7 milhão de pessoas (2020).
Trata-se de uma região emblemática, tanto em relação aos desafios ambientais quanto à necessidade de desenvolvimento socioeconômico. A sustentabilidade ambiental é o “guarda-chuva” de todas as ações na AMACRO. O projeto propõe estabelecer um cinturão de proteção da floresta oferecendo alternativas para os desafios socioeconômicos da população, potencializando as vocações produtivas e econômicas locais, assim como os recursos humanos.
Vale ressaltar que o Projeto nasceu nos três estados e posteriormente ganhou força e novos contornos com a cooperação técnica entre a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), a Suframa e outras instituições como a Embrapa e secretarias dos estados envolvidos.
Paulo Wadt falou sobre o projeto. “Esse projeto foi uma ideia da Federação da Agricultura do Estado do Acre, que vai envolver de 32 a 38 municípios do Acre, Rondônia e Amazonas, para criar uma zona de desenvolvimento econômico, de conservação da natureza e de incentivo a projetos de infraestrutura, como estrada, saneamento básico, energia elétrica, dentre outros”, explicou o pesquisador.
“O que a gente precisa entender é que temos que desenvolver as potencialidades que nós temos no município para poder gerar emprego e renda. Nós vamos atuar fortemente no setor produtivo primário, para que a gente possa ter o setor secundário, que é o caso das indústrias, entrando firme e gerando emprego nas cidades”, enfatizou Bocalom, lembrando que a prefeitura está trabalhando na recuperação de ramais e em seguida criará um programa de assistência técnica.
“Também vamos criar um programa de produção com mecanização agrícola. Junto com tudo isso, Vamos montar indústrias com maquinários para beneficiar arroz, feijão, milho e ter produtos de qualidade para a gente possa competir com outros que vêm de fora. Tudo isso vai gerar emprego e renda. E o projeto AMACRO vem para completar o projeto que temos para Rio Branco”, concluiu Bocalom.